sábado, 31 de outubro de 2015

Os Regimes Oligárquicos na América Latina

        Os regimes oligárquicos são, claramente, um sistema de dominação das classes aristocráticas. Em uma época que a posse da terra era de vital importante, é lógico pensarmos que aqueles que a possuíam detinham grande poder político e de dominação sobre os demais cidadãos.           
            Economicamente falando, os regimes oligárquicos da América Latina são marcados pela grande dependência do capital estrangeiro. Com a integração dos países latino-americanos na economia mundial, devido a divisão internacional do trabalho, cada país se especializou na produção de determinado produto. Nesta divisão, podemos destacar três grupos de produtos: agrícolas, composto pela Argentina e pelo Uruguai; Agrícolas tropical, formado por Brasil, Colômbia, Equador, América Central e Caribe; Minerais, o qual faziam parte México, Chile, Peru e Bolívia. Destaque-se, ainda, que México e Venezuela tivessem uma produção variada. Independente da produção, agrícola ou mineral, é importante observar que a economia latino-americana é marcada pela produção de alimentos e de matérias primas baratas para o mercado externo.                                               
          A entrada de capital estrangeiro causou consequências diferentes nos diversos países da América. Em países de produção agrícola, como a Argentina, beneficiou ao conjunto da população, conforme destaca Dabene (2003). Já nos países agrícolas tropicais, como é o caso do Brasil, o dinheiro vindo de fora serviu para consolidar a estrutura de produção já existente, fazendo que o capital permanecesse, em grande parte, nas mãos dos nacionais. Nos países de economia mineradora, por sua vez, o dinheiro produzido fico, majoritariamente, com estrangeiros. A economia latino americana no período oligárquico pode ser sintetizada assim: “os regimes políticos deviam dedicar-se a criar condições favoráveis ao crescimento econômico, o que significa em primeiro lugar, a construção e infraestrutura como a ferroviária.Priorizou-se a exportação de matéria prima e a importação de produtos manufaturados” (DABENE,2003, p. 24)              
          No campo social, a época oligárquica é marcada por um grande crescimento populacional, principalmente os países de  clima tropical, devido, principalmente, a imigração europeia. Tal migração teve importante consequências, provocando em países como Argentina, Brasil, Chile e Uruguai, a presença de uma população europeia homogênea. Acentue-se, ainda, a renovação das fronteiras, a revalorização de novos espaços e o nascimento de novas cidades. Além disso, sem qualificação, os europeus que vieram para a América adensaram uma nova classe trabalhadora, visto que vieram para satisfazer as necessidades de uma agricultura de exportação, apesar de, etnicamente, estarem próximos da classes dominantes. Em suma, os estrangeiros foram os agentes de grande parte da mão de obra existe na América Latina.                                                                 
        No âmbito político, o regime oligárquico é marcado pela eliminação, ou quando não possível, incorporação dos caudilhos em um sistema de colaboração com poder central. A ideologia dominante era a do positivismo, de Augusto Comte. Assim, a política deveria ser considerada como uma ciência experimental. 
    Defendendo que era papel do Estado buscar condições que propiciassem a modernização da sociedade, os positivistas deixavam claro a preferência por regimes políticos tecnocráticos ou autoritários. Destaque-se, ainda que não se pode entender a política oligárquica como uma unidade em toda a América: numerosos regimes trabalharam a favor de um regime democrático, apesar de, na maioria dos casos, as oligarquias se limitassem a explorar o clientelismo.

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