sábado, 31 de outubro de 2015

A Revolução Cubana


            A Revolução Cubana 1959 deve ser entendida dentro de um processo que tem suas origens no período de independência do país. É importante Considerar que Cuba foi a última colônia da América Latina a obter a independência da Espanha, em 1898, após ocorrerem duas guerras.  independência cubana conta com forte apoio norte americano, o que vai consolidar-se por meio da emenda Platt, que estabelecerá as bases das relações amigáveis entre os dois países. Logo, a presença dos EUA levará o processo de independência de Cuba a apresentar peculiaridades com relação aos demais países latino-americanos; Para muitos revolucionários, a atuação norte americana acabou com antigos sonhos de liberdade e soberania que eram as bases do movimento, conforme Ayerbe (2004).Assim, percebe-se semelhança entre dois processos revolucionários: o primeiro, de independência do país, e o segundo, a Revolução de 1959.

[...]O processo revolucionário que derruba o regime de Fulgêncio Batista retoma a trajetória dos movimentos do século XIX, vinculando a libertação nacional e social aos desafios da guerra fria: a luta contra uma ditadura que favorece os interesses norte-americanos, na direção de uma sociedade mais justa e igualitária. (AYERBE, 2004, p. 26).

        Em 1952, o golpe militar aplicado por Fulgencio Batista acabou com um período de oito anos de de democracia, fechando, assim, o caminho da política institucional para lideranças que acreditavam na legitimidade do sistema como premissa para o encaminhamento das mudanças econômicas e sociais que Cuba precisava. Dentre estas lideranças destacava-se Fidel Castro, integrante do partido ortodoxo, criado em 1947. Castro nasceu em 1923, filho de um rico fazendeiro. Sempre ligado a política, liderou alguns movimentos insurrecionais na década de 1950, sem obter sucesso. Estas tentativas levarão o líder insurreicionista a prisão, recebendo a anistia em 15 de maio de 1955. Esta libertação deveu-se, além da pressão popular, a nova situação política gerada por Fulgencio Batista, que convocara eleições para 1954 e concorreria como candidato único após a desistência dos oposicionistas. Livre, Fidel Castro parte para o México onde organiza um grupo de combatentes com o objetivo de retornar a Cuba e promover uma nova insurreição. Durante este tempo, mantem-se em contato com a resistência que existia clandestinamente em Cuba.

A força expedicionária, composta por 82 homens, 78 cubanos, uma argentino, um italiano, um mexicano e um dominicano, embarcará em 25 de novembro de 1956 a bordo do Granma, barco de transporte de turistas reformado, com capacidade para 25 pessoas(AYERBE, 2004, p.34).       
                              
         Estando os exércitos de Fulgencio Batista de sobreaviso, estes executaram um ataque devastador, sendo que apenas doze homens sobreviveram. Dos sobreviventes que se dispersam, surgem grupos guerrilheiros nos campos, que procurarão integrar justamente a população mais pobre do pais. Em junho de 1957, estes grupos guerrilheiros irão se dividir em três colunas comandadas sob Fidel Castro, Raul Castro e Ernesto “Che” Guevara, de nacionalidade argentina. Com o fortalecimento do movimento revolucionário no campo, o clima nas cidades começa a também se agitar: em 13 de março o Diretório Revolucionário e os setores vinculados ao ex-presidente Socarrás promovem o assalto ao Palácio Presidencial, residência oficial do presidente Fulgencio Batista. A ação, porém, fracassou, sendo que os exércitos presidenciais eliminaram 35 dos 50 combatentes revolucionários.    

           Neste cenário de aumento da ala oposicionista, tornar-se público, em junho de 1957, o “Manifesto da Sierra Maestra”, documento no qual Fidel Castro apresenta um programa de unificação das oposições contra o regime de Batista. Assim, o manifesto exigia a recusa do presidente, a convocação de um governo provisório e de eleições gerais, a promoção de mudanças econômicas no âmbito da reforma agrária, a aceleração da industrialização e a geração de vagas de empregos. Em 9 de abril de 1958 organizou-se uma greve geral nas cidades que não obteve o sucesso esperado. Com o fracasso da paralisação, Batista lança uma ofensiva militar contra os revolucionários, com uma tropa de mais de dez mil soldados. Após 75 dias e de ter sofrido mais de mil baixas, o exército presidencial se vê obrigado a recuar. A partir daí, começa a se configurar a vitória dos revolucionários.Em 20 de julho todos os grupos que apoiavam os revolucionário reuniram-se em Caracas, capital da Venezuela, e assinam o Pacto de Caracas, documento que solicita que os Estados Unidos suspendam a ajuda ao governo de Batista, principalmente no campo militar. Neste momento, as forças de guerrilha incorporam também elementos de outras organizações, como o Diretório Revolucionário e o Partido Socialista Popular. A partir de agosto, desencadeia-se a ofensiva fina: em 31 de dezembro, Batista abandona Cuba e os revolucionários conquistam o poder. 
     A história da Revolução Cubana, assim como de muitos outros processos revolucionários latino-americanos, é marcado por lutas sangrentas e longas. De maneira geral, percebe-se o desejo de maior participação do povo nas decisões políticas e um desejo de maior igualdade entre os cidadãos.














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