sábado, 31 de outubro de 2015

A Crise Econômica de 1929

A Crise econômica de 1929 acabou com as certezas econômicas, sociais e a falsa prosperidade que se pensava haver na década de 1920, os conhecidos anos loucos. O consumismo desenfreado era visto como algo necessário para se alcançar a felicidade, levando a população a crer que a recessão, os problemas imprevisíveis, o desemprego e o infortúnio social estivessem distantes e nunca mais pudessem voltar a aparecer.     Por trás de todo o cenário de prosperidade, porém, haviam sérios problemas. A riqueza econômica e o poder político ainda estavam distribuídos de forma bastante desigual. Além disto, o poder de compra da população estava bastante reduzido.
No fim da década, um salário de 1,8 mil dólares ao ano foi considerado necessário para manter um padrão de vida minimamente decente, mas o salário médio do trabalhador americano era do patamar de 1,5 mil dólares. Somente com o trabalho assalariado de vários de seus membros, uma família da classe trabalhadora poderia sobreviver.( KARNAL et. Al., 2007, p. 200)
            O que torna a crise americano peculiar é que, embora países capitalistas tenham sofrido depressões no passado, nenhuma delas foi tão grave, longa e mundial quanto a crise de 1929. Para analistas como Alan Brinkley, a causas da depressão podem ser resumidas em três eixos principais:
a)A economia americana da década de 1920 era pouco diversificada, estando o crescimento econômico condicionado a poucas industrias, como a automobilística e a de construção civil.

b) A distribuição desigual da renda gerava um mercado consumidor bastante limitado. 

c) Muitos bancos eram dependentes dos empréstimos de grandes fazendeiros, negociantes e países estrangeiros. No momento em que a crise agravou-se, os devedores não foram capazes de pagar suas dívidas, gerando uma “bola de neve” de falências.    

As consequências da crise de 1929 são as piores possíveis:  diminuição de 60 % da renda familiar nas pequenas propriedade no período entre 1929 e 1932, sendo que um terço dos proprietários perderam suas terras. Muitas pessoas migraram para as cidades e empregaram-se nos agronegócios, onde receberam salários baixíssimos. Com isto, os desempregados, principalmente aqueles que eram trabalhadores rurais, vagavam pelas cidades em busca de emprego e alimentação. Nas cidades industrias, as condições tornaram-se de extrema miséria, com muitos desempregados andando maltrapilhos pelas ruas. As mulheres negras, a grande maioria empregadas domésticas, perderam seus empregos, visto que já não eram mais possível para seus patrões   mantê-las. De maneira geral, todos os setores da sociedade americana foram prejudicadas. Considerando os EUA como um dos grandes centros da economia capitalista mundial, é fácil concluir que a crise internacionalizou-se rapidamente, o que provoca uma recessão econômica mundial.

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