segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Antecedentes do Período Militar (1964-1985):

- Agosto de 1961: Leonel Brizola comanda a Campanha da Legalidade. Objetivo é garantir a posse de João Goulart após a renúncia de Jânio Quadros.

- Jango assume com uma mudança no sistema político, que passa a ser o parlamentarismo. João Goulart passa a governa com poderes plenos somente em 1963, após um plebiscito que determinou a volta do presidencialismo.

-Jango propõe uma série de reformas de base, esperando reduzir as desigualdades sociais do país. Suas idéias assustam os setores mais conservadores da sociedade, que acusam o presidente de ser comunista.

-Em março de 1964 ocorrem dois eventos importantes:
* Comício da Central do Brasil: Jango discursa explicando as reformas para a população.
* Marcha da Família com Deus pela Liberdade: é a resposta dos setores conservadores. O movimento era contrário às reformas e pretendia expulsar a “ameaça comunista” do Brasil.

-Em primeiro de abril de 1964 o exército começa um movimento para depor João Goulart, obrigando o presidente a buscar refúgio em Porto Alegre. É o início dos governos militares que duraram vinte e um anos.

sábado, 22 de outubro de 2016

A Conquista da América na Visão dos Indígenas

Proposta de atividade para 7° anos da E.M.E.F Miguel Couto, de Nova Santa Rita-RS.

Devido à visão eurocêntrica da História, por muito tempo se ignorou que a conquista da América é um fato que possuí visões diversas. Sabendo disso, uma pergunta se faz necessária: se você fosse um ameríndio do século XVI, como narraria a chegada dos europeus ao continente?

Eu sou um dos poucos que sobrou da guerra....os espanhóis têm armas de fogo, cavalos e exércitos. Minhas únicas armas são flechas. Quando os espanhóis chegaram, inventaram histórias que causaram guerras internas. Muitas contadas por Hernán Cortez, homem que dizimou vários povos. Agora que Francisco Pizarro chegou também há grande dizimação. Hoje vivemos fugindo. Eu consegui pegar algumas armas de fogo, mas guardo a munição em caso de necessidade. Houve uma batalha sangrenta onde tivemos muitas baixas e fomos obrigados a recuar. Eu queria fortalecer com outras tribos, mas todo mundo é cabeça dura...agora já posso ouvir o galope do cavalo que vem chegando muito rápido. Caso morra, quero que minha carta seja lida e pensada pelo futuro índio que me substituirá.

Texto adaptado de Ruan Peres Paixão

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Regimes Totalitários - Vídeos







História e Literatura: a Era Vargas e a Segunda Fase do Modernismo no Brasil


A relação entre produção literária e contexto histórico-social, ou seja, o espaço existencial do autor, é elemento de extrema importância para o entendimento de qualquer obra literária. O autor expressa em suas obras a realidade que vive, bem como suas angústias e esperanças. Se por um lado a literatura não é historiografia, por outro lado não se pode fazer uma analise literária qualificada ignorando o contexto histórico em que a obra foi produzida. A origem e desenvolvimento da literatura estão diretamente ligados ao processo histórico-social.                                                                                                                                                 
No Brasil, o período entre 1930 e 1945 é conhecido como Era Vargas. Durante estes quinze anos o mundo assistiu à grave crise econômica, à ascensão de regimes totalitários como Nazismo e Fascismo e à Segunda Guerra Mundial. Em nosso país, as Revoluções de 1930 e de 1932 geraram um clima de turbulência política confirmado pela implantação da ditadura do Estado Novo, em 1937. Em suma, um período de agitação, mudanças, medo e incertezas.                                                                                                                                      
Refletindo o momento vivido pelo país, a Segunda Geração Modernista (1930-1945) expressou, por meio da poesia, as angústias e os anseios do período. A chamada Geração de 1930 apresentou uma temática histórica, social e cotidiana, marcada pelo uso de versos livres e pela rejeição ao academicismo. Entre os principais autores deste período estão Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Murilo Mendes e Mário Quintana.

José

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio — e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?
                              
Carlos Drummond de Andrade


          O poema está intimamente ligado aos acontecimentos históricos. Publicado em 1942, durante o Estado Novo, a obra expressa a repressão política, o governo autoritário, as condições de trabalho. Reflete também a miséria enfrentada por parte da população, as desigualdades sociais e o sofrimento das classes operárias.                     
            
       É possível perceber, desde o início do poema, a sensação de perda e desesperança. Ao longo da obra se expressa a desilusão, a carência e a solidão, seguidas da incapacidade de reação e de resolução dos problemas.

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Exercício: presidentes do Brasil 1930-1961

1) Organize as frases no quadro correspondente:
Primeiro Governo Vargas
Governo Eurico Dutra
Segundo Governo Vargas
Governo Café Filho
Governo JK

a) Atentado da Rua Toneleiros.                                                                                                                                            
b) Plano SALTE ( Saúde, Alimentação, Transporte e Energia).                                                                                                      
c) Construção de Brasília.                                                                                                                                             
d) Ocorreu entre 1956 e 1961.                                                                                                                                                       
e) Teve duração de pouco mais de um ano.                                                                                                                                   
f) Ditadura do Estado Novo.                                                                                                                                                             
g) Criação do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) e da CLT (Consolidação de Leis Trabalhistas). 
                           
h) Constituição de 1946.                                                                                                                                          
i) Direito de voto estendido às mulheres.                                                                                                                                   
j) Tinha como lema “cinquenta anos em cinco”.                                                                                                               
k) Teve início em 1954.                                                                                                                                                                   
l) Teve início por meio de um golpe de Estado.                                                                                                                              
m) Antecedeu o governo Jânio Quadros.                                                                                                                                    
n) Fundação da Petrobrás                                                                                                                                                              

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Esculturas dos Povos Pré-Colombianos

Atividade desenvolvida com os 7º anos da EMEF Miguel Couto, de Nova Santa Rita -RS.



Atividades econômicas na América Espanhola


       A primeira atividade econômica amplamente empreendida na América Espanhola foi a exploração de metais preciosos. A descoberta de grandes minas no México e no Peru estimulou a cobiça dos europeus, levando a mineração a se tornar a grande atividade dos primeiros anos de colonização.                    
         Com a chegada dos colonizadores, a área destinada à produção agrícola aumentou significativamente. Aproveitando o conhecimento do solo e das técnicas agrícolas, milho, cacau e batata eram cultivados para abastecer o mercado interno. A pecuária também era atividade de grande importância, evidenciada na criação de lhamas e alpacas para o fornecimento de lã, carne e leite. Equinos e bovinos, por sua vez, era destinados à alimentação, ao transporte e à tração. Desses animais também se retirava o couro, usado na confecção de roupas e acessórios.                                             
                            
O Trabalho Indígena:

As principais formas de exploração do trabalho indígena foram a mita e encomienda:

Mita: sistema de exploração de trabalho com origem no Império Inca e adaptada pelos espanhóis. Consistia em encarregar os chefes indígenas de selecionar os homens que deveriam ser encaminhados ao trabalho, especialmente nas minas, onde permaneciam por cerca de quatro meses. Os índios recrutados, chamados mytaios, recebiam um pagamento e muito raramente podiam se ausentar do trabalho.
Encomienda: consistia em autorizar os colonos a explorarem a o trabalho indígena na agricultura ou no trabalho nas minas. Através de um contrato, o encomendero tinha direito de cobrar impostos do índios, a serem pagos em espécie ou em trabalho. Por outro lado, o encomendero ficava obrigado a promover a catequização dos índios que  prestavam serviços a ele.

    

Colonização Espanhola na América

            Após a conquista dos Impérios Asteca e Inca, os espanhóis partiram em busca das riquezas da nova terra. Para isto foi necessário a criação de uma organização administrativa afim de viabilizar a exploração econômica. Além disso, havia a preocupação em converter as populações indígenas ao catolicismo.                                                                      
          Para alcaçar os objetivos firmados, a América Espanhola foi dividida em vice-reinados, regiões administrativas governadas por um nobre espanhol, o vice-rei. No Novo Continente eles representavam o rei, sendo, portanto, as mais altas autoridades coloniais. Aos vice-reis cabia cuidar de assuntos administrativos, militares e religiosos. Assuntos como comércio, polícia e propriedade pública eram de responsabilidade do cabildo, uma espécie de conselho municipal.

A Sociedade Colonial na América Espanhola

            A sociedade colonial era formada por cinco grupos distintos;

Chapetones: espanhóis que estavam no topo da pirâmide social. A eles cabia ocupar os postos mais elevados na Igreja e no exército, além de serem proprietários de grandes negócios.
Criollos: descendentes de espanhóis nascidos na América. A maioria era possuidora de terras e fazia parte do cabildo. Era comum que filhos de criollos fossem estudar na Espanha para carreiras como medicina e advocacia.
Mestiços: filhos de espanhóis com índias. Normalmente, dedicavam-se ao comércio ou ao serviço no campo, atuando como vaqueiros ou administradores de propriedades.
Indígenas: geralmente iletrados, não possuíam propriedades e trabalhavam na agricultura, nas minas e em obras públicas.
Escravos: pouco expressivos, alcançando grande número apenas no Vice-Reinado de Nova Granada e nas ilhas do Caribe.
            Para sustentar esta sociedade desigual era utilizado o critério da pureza de sangue combinada com o local de nascimento. Os postos mais altos da administração colonial poderiam ser ocupados exclusivamente por chapetones. Um criollo, apesar de filho de espanhol, estava em desvantagem pelo fato de ter nascido na América. Os mestiços, existentes em grande número devido a falta de mulheres espanholas na América, também tinham muita dificuldade de ascender socialmente.


sábado, 1 de outubro de 2016

É possível manter a esperança na política?


. Às vésperas das eleições municipais, a pergunta que dá título a esta reflexão nunca ecoou de maneira tão latente. Ao acessarmos redes sociais, ao lermos jornais ou ao assistirmos televisão, nos deparamos com uma enxurrada de notícias preocupantes: ameaça de retirada de direitos duramente conquistados, casos de corrupção, denúncias de fraudes... parece que tudo se encaminha para um cenário desastroso e inacessível para o cidadão.                                              
A democracia no Brasil ainda é muito frágil e apenas se fortalecerá com a participação popular efetiva. Analisado a história do Brasil Republicano, é inegável que existem motivos que levam as pessoas a desconfiarem do poder do voto. Vejamos:

1) O período conhecido como Primeira República (1889-1930) foi marcado por uma democracia bastante restrita. De acordo com a Constituição Federal de 1891, estavam aptos a votar somente os homens maiores de 21 anos e alfabetizados. Como se não bastasse estas restrições, a Constituição não determina o sigilo de voto,  levando os eleitores a sofrerem constantes pressões por parte dos grandes proprietários de terra, os chamados coronéis.

2) Durante a Era Vargas (1930-1945) o exercício pleno da democracia também não foi possível, considerando que durante estes quinze anos não houve eleição direta para presidente da república. Um avanço importante do período foi a concessão do direito de voto às mulheres, determinado pela Constituição Federal de 1934.

3) Entre os anos 1945 e 1964 ocorreu o chamado Período Democrático. Em 1945 as mulheres puderam eleger, pela primeira vez, o presidente da república. Esta eleição também é considera a primeira verdadeiramente democrática da história da república, uma vez que não houve quase nenhuma denúncia de fraude e o resultado foi aceito pelas forças políticas da época. Não é correto, porém, pensar que neste período a democracia não foi ameaçada: há o suicídio de Getúlio Vargas e a tentativa de golpe contra Juscelino Kubitschek.

4) Durante a Ditadura Militar ( 1964-1985) não houve eleição direta para presidente. Além disso, os governos militares instituíram a censura e eliminaram a oposição política, permitindo a existência de somente dois partidos: a Aliança Renovadora Nacional (ARENA), representante da situação, e o   Movimento Democrático Brasileiro (MDB), representante de uma oposição restrita.

5) Chamamos o período iniciado após a Ditadura Militar de redemocratização.  Após a eleição indireta de Tancredo Neves em 1985, os brasileiros puderam votar novamente para presidente da república somente em 1989 ( a última vez havia sido em 1960). Os impeachments de Fernando Collor, em 1992, e Dilma Rousseff, em 2016, também fizeram os brasileiros desacreditarem no poder do voto e na participação política.

            
         Como é visto, não faltam motivos para desacreditarmos na política. Em nossa história republicana, muitos foram os momentos em que o direito de votar não pode ser exercido plenamente.  Em outros, em que este direito foi garantido, muitos eleitos não cumpriram suas funções com dignidade, levando o eleitor à desesperança e à apatia. Sobre este fato, Brecht já nos alertara que o pior analfabeto é o analfabeto político, uma vez que ele não sabe o preço do feijão, do peixe e da farinha. Em outras palavras, não sabe que sua vida depende diretamente de decisões política.                                                                       
            O momento político do país é difícil. Confiar na política e em seus agentes é um verdadeiro desafio. Por outro lado, a democracia no Brasil ainda é muito frágil e apenas se fortalecerá com a participação popular efetiva. É possível manter a esperança na política? Talvez, no momento, isso seja o mais difícil para o cidadão. É, contudo, necessário.